Crítica ao especial de natal – Porta dos Fundos (2013)
A religião e/ou a sociedade como vítima?
A conhecida produtora de vídeos de comédia “Porta dos
Fundos” retrata no especial de natal de 2013, diversos fatos conhecidos
mundialmente, referentes à bíblia. É de conhecimento público que a produtora em
questão certamente não buscava difamar a igreja, os religiosos ou as histórias
bíblicas, pois tem como foco principal apenas o entretenimento. Porém, pode-se
constatar com facilidade que as piadas e charges em sua maioria utilizam para
causar o riso um alvo que é difamado, mas no caso deste vídeo em questão, não é
apenas a religião o alvo principal.
Na primeira história do especial de natal, em que Maria
irá anunciar sua gravidez para seu marido José, pode-se notar alguns elementos
que podem causar estranheza do público e até eliminar uma grande parte da
comédia. Nota-se que o episódio foge da seriedade do evento bíblico para
retratar temas como o adultério, a histeria e a castidade.
O caso do adultério é claramente representado por Maria
que afirma estar grávida de Deus e não de seu legitimo marido José, algo visto
pela sociedade como um pecado, além do fato de que o personagem Gabriel que
deveria estar no local para apaziguar a situação age de forma histérica, mais
até do que o próprio marido, retardando o ritmo da narrativa.
A castidade por sua vez, necessária de acordo com a
igreja até o momento do casamento, também é ridicularizada, de forma que
afirmam que a maioria das mulheres já não a mantém, sugerindo ainda que a
própria Maria não a manteve e que é um pecado geral pela maioria das mulheres.
Por fim, o vídeo agride também a própria população com a
última fala do personagem de Deus, “O pessoal acredita em qualquer coisa”,
afirmação que sugere que o Porta dos Fundos acredita e critica a inocência e
ignorância da população, que a mesma nunca busca a veracidade das informações.
Desta forma, a produtora certamente atingiu os limites do
humor, ridicularizando e criticando algumas atitudes humanas, mantendo a ideia
de que mesmo que não sejam corretas ou morais de acordo com a igreja, os pecados
existem e estão na vida de todos.
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